domingo, maio 13, 2007

EUA, Washington - 04 a 08 Maio de 2006



Quando me perguntam se já conheço os EUA fico sempre sem saber bem o que dizer...

Na verdade, conheço um conjunto significativo de cidades e parques naturais (New York, Newark, New Haven, Beacon, Buffalo, Niagara, Miami, Orlando, Las Vegas, Los Angeles, San Francisco, Yosemith, Mammoth Lakes, Death Valley, Sequoia National Park…), mas os Estados Unidos da América são um «continente»… e têm tanto para se conhecer…

Nessa condição, acabo por resignar e responder: conheço um pouco…

Washington era uma dessas cidades que me faltavam conhecer, apesar da proximidade a New York e das dezenas de vezes que ali estive, sem oportunidade de fazer uma hora de voo até à capital em D.C.

Pese embora todo o impacto mediático nos media, a incontornável Casa Branca, o Capitólio e Oblisco, sinto que o conhecimento e vivência da cidade pertence a um grupo restrito de portugueses.

Um congresso médico criou a circunstância, tornou-me parte desse núcleo reservado de privilegiados e assim começou uma agradável surpresa, numa cidade onde me sentiria bem a viver…

Washington é literalmente uma lufada de ar fresco! Uma cidade arejada, extremamente bem delineada, povoada por jardins, parques e lagos, que lhe conferem um aspecto acolhedor. Aqui sente-se o bem-estar e a tranquilidade.

Tão perto e tão longe da moviementada New York… engravatados e skateboarders, jovens e idosos, caminham de forma despreocupada pelas ruas e avenidas largas q.b., entre edifícios não mais altos do que um 7º ou 8º andar, assegurando que a cúpula do Capitólio continue a vigiar a cidade, acima de todas as outras construções.



A arquitectura neo-clássica mesclada com edifícios modernos e contemporâneos confere-lhe um glamour especial, acentuado pelas esplanadas de restaurantes que se prolongam em plena rua, bem ao jeito de Paris ou do «Village» e SOHO nova-iorquinos.

O centro de Washington desenvolve-se sobre dois grandes eixos: Constitution Ave, que divide a cidade entre norte/sul; e Pennsylvania Ave, que a atravessa na diagonal, ligando o Capitólio (Sudeste) à Casa Branca (Nordoeste).

No limite Sul da Constitution Ave encontra-se o que eu chamaria de «Pulmão Cultural» da cidade, pelo seu cariz ecológico e riqueza histórica, humanística e patrimonial. Uma espécie de extensão dos jardins da casa Branca e do Capitólio, que resulta naturalmente num gigantesco boião de cultura.

Não é por acaso que este rectângulo verdejante alberga grande parte dos museus fundamentais da cidade: o Museu de História Americana, o Museu de História Natural, a gigantesca Galeria Nacional de Arte, o Air & Space Museum, o Museu do Holocausto, o Memorial aos Heróis da Guerra do Vietname e da Coreia e, claro está, o Obelisco.

No limite norte da Constitution Ave, encontram-se alguns dos mais importantes edifícios públicos da cidade: os escritórios do Senado, o Tribunal Americano, o Arquivo Nacional, o Ministério do Interior e a Reserva Federal.

Mas a cidade não se esgota na monumental Avenida da Constituição… A Norte encontram-se os teatros entre a F Street e a E Street, a Chinatown, os restaurantes e bares da cidade, que se enchem ao final da tarde, findo o horário de expediente.

Percorrendo a Pennsylvania Ave no sentido norte chegamos até Washington Circus, uma rotunda que reorganiza as artérias da cidade, mas que de forma concomitante serve de parque para actividades out door, artes performativas, encontro de culturas, lembrando um pouco Washington Square, em New York, talvez não por acaso...




Não muito longe de Washington Circus fica a boémia e charmosa Georgetown, um bairro universitário muito «europeu», cheio de vida, lojas, restaurantes e bares. O preenchimento das ruas com canteiros, flores, árvores e pequenos jardins é desde logo o seu cartão de visita.

Georgetown é também famosa pelos seus canais, que proporcionam paisagens bucólicas e agradáveis passeios de barco.



De dia ou de noite, um bairro a não perder!

Uma última palavra para a rede de metro da cidade, organizada e bem mais ampla que a da vizinha New York, permitindo um fácil acesso a quase todos os locais de interesse da cidade.

Cinco dias da cidade (que com viagens longas acabam sempre por se tornar em apenas quadro), souberam obviamente a pouco e por isso faço votos de voltar a Washington, assim que surgir uma próxima oportunidade!

1 Comments:

At quarta-feira, 25 maio, 2011, Blogger ines said...

caro sr, filipe

Gostaria de felicitá-lo pelo espirito com que escreveu sobre macau- Fui residente em macau entre 1980 e 1999, e vou lá regularmente uma vez que lá tenho ainda familiares.

na verdade quase tudo o que tenho visto escrito sobre macau por parte de portugueses não residentes que por la passam, deixam-me os cabelos em pé. começando pela abominável expressão "chinocas" passando por comentários ao "nojo" que algumas comidas suscitam e triste e inevitavelmente acabando no nacionalismo e superioridade da cultura portuguesa que terá conseguido fazer de macau o que é hoje, ja tive o desprazer de ver de tudo.

por isso quero felicitar pela forma objectiva e de mente aberta como escreveu que em muito irá concerteza contribuir para que aqueles que nunca la foram perspectivem de outra forma a realidade daquela cidade, que nunca foi colónia de portugal como toda a gente teima em dizer.

obrigada especialmente por nao usar a palavra chinoca

bem haja

ines

 

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